Hoje, inicio de 2023, no ocaso da vida, aposentado e com poucas expectativas de futuro, resolvi organizar meus arquivos de textos. Talvez possam valer ainda alguma coisa.
Não vou fazer, agora, nenhuma crítica literária ou científica com a cabeça de “doutor”, alguns textos são ainda do tempo de colégio, muitos outros antes da formação universitária, embora alguns sejam das fases de especialização, mestrado e doutorado. Alguns são datados, outros superaram o tempo.
Poucos são inéditos. Alguns por produção atual, outros recuperados do esquecimento, poucos devido apenas a esta coragem de quanto muito pouco se tem a perder.
Em épocas de crise, lá na minha terra, havia uma expressão: “Tá na hora de juntar as garrafas”. Isso representava dizer que ainda havia recursos não utilizados, o estoque de garrafas velhas com as quais não se ocupavam em dias melhores. Teria como juntar o que ainda havia disponível para vender e fazer algum dinheiro.
Pensando bem: “O que você tem para vender?” Um quadro de Van Gogh, empoeirado no seu porão? Uma coleção de livros raros do século XVII? Um Lamborghini? Tem tesouro qualquer?
Pensando melhor: O que você tem, dentro de você, que possa servir para qualquer outra pessoa, ou para alguém em especial? Uma arte, uma técnica, uma habilidade, uma história? Um serviço qualquer, que tenha algum valor para outras pessoas.
Toda profissão é uma atividade de prestação de serviço para outros; fica melhor quem aprende a vender bem o seu serviço.
Quem é você? Qual é o seu serviço? Para o que você serve?
Quer falar sobre isso?