Preconceito

Pré – conceito, ou seja, um conceito prévio, de antes, uma opinião existentes antes do conhecimento do fato.

Na maioria dos países, principalmente nos mais desenvolvidos economicamente, existe o preconceito racial e até a xefobia, o medo do estrangeiro. No Brasil, em muitos aspectos, tudo que é estrangeiro é preconceituado de bom, em detrimento dos produtos e serviços daqui. Há um certo quê de falta de confiança em valorar o que é nosso, o que é da terra.

O Zé da Dita, lá dos Quatro Cantos é um zé qualquer, “vagabundo” só gosta de jogar bola. Joga melhor que os outros, mas também, num time deste! Se vier um olheiro dos times profissionais e levar o Zé para um time grande, o Zé passa a categoria de “um jogador da cidade”. Se for para a seleção vão aparecer amigos de todos os cantos, “amigo desde criancinha.”

Betão é um boêmio, vive pelos bares, só quer saber de cantar, de tocar, em troca de qualquer bebida ou tira-gosto. não trabalha, vive as custas da m ãe, coitada da velhinha. Se aparecer no programa do Silvio Santos, ou do Faustão, já passa a categoria de “artista da cidade”. Se fizer sucesso, vira nome de rua, com busto na praça.

Esta situação é tão antiga que Jesus já dizia: “Nenhum profeta é reconhecido em sua própria terra.”

Por que será que a gente não valoriza o que tem, precisa da aprovação dos outros, do reconhecimento dos outros, da valorização dos outros, para aceitarmos como bom, como correto, como valoroso? É como se eu não tivesse gosto, e só gostasse pelos gostos dos outros. E se ninguém me der valor, vou sentir que não tenho valor algum?

Quem não se ama, não consegue amar ninguém, nem permite ser amado.


ROSSI, P.S. O preconceito da comunidade. Folha da Mantiqueira. Piracaia-SP, 08 nov 1997, p.5

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