Planejamento com as mãos

Os slides das imagens estão em anexo: planejamento com as maos

 

“Quem não sabe para onde vai, nenhum vento é favorável”

Sêneca

Objetivos são metas (ou submetas) a serem realizadas em tempo, espaço e meios previamente definidos. não se confundem objetivos com finalidades, pois enquanto estas podem ser emocionais, afetivas, filosóficas e/ou religiosas, aqueles São matemáticos, físicos e naturais. Por exemplo, pode-se estabelecer uma finalidade do estudo tendo como meta atingir a perfeição moral e maturidade pessoal, no entanto os objetivos devem ser estabelecidos (enquanto meta a ser atingida) em etapas definidas dentro de tempo determinado e espaço delimitado, além de privilegiar o estudo dos meios necessários e suficientes para atingir as submetas.

Submetas devem ser estipuladas para facilitar a análise do desenvolvimento do programa, permitindo avaliações que resultem em correções necessárias durante o percurso.

Na realidade, a nível de professorado, somente se trabalham as submetas como objetivos a serem alcançados, vez que o processo educacional transcende às atribuições e possibilidades de um único professor. Dentro de cada objetivo, cada meta, surgem as submetas a serem consideradas.

O que fazer?

Em que direção e sentido?

Em que tamanho ou quantidade?

Como? De que jeito? Com quê?

Em quanto tempo?

Poder-se-iam emprestar experiências e costumes dos mais diversos tipos de atividades profissionais para auxiliar o professor no desenvolvimento de um trabalho de planejamento dos objetivos, no entanto fomos buscar um exercício didático dos mais fáceis de serem dominados como procedimento básico:

Planejar objetivos com a mão

O DEDO POLEGAR

Figura clássica de comando e expressão, desde a antiguidade, podemos entender rapidamente as mensagens de:  positivo ou para cima, negativo ou para baixo, além de mais ou menos, para direita ou para esquerda.

Reduzimos todo planejamento de objetivo em aumentar, diminuir ou manter alguma coisa definida, tal como: Aumentar o vocabulário, diminuir as faltas, ou manter a quantidade de alunos na escola. Definem-se assim os verbos de ação que nortearão os esforços (aumentar, diminuir, manter). Estabelece, matematicamente, a direção e o sentido.

O DEDO INDICADOR

Aumentar, manter ou diminuir, São verbos transitivos e exigem um objeto determinado – o quê. Deve-se indicar o objetivo, tal como no exemplo, o vocabulário, as ausências e a permanência. A indicação, o estabelecimento ou a definição do objeto a ser determinado exige um corte específico em algo bem claro, um alvo bem visível.

O DEDO MÉDIO

É o dedo maior, mais comprido, da mão; lembra a noção de medida. Em que medida se querem as ações programadas, em que tamanho, em média, será tal realização objetivada. Quantas palavras, em média, serão acrescentadas durante o curso, por mês, por semana, por aula? Quantas faltas, em média, serão diminuídas, por ano, por mês? Quantas desistências, em média, serão evitadas, por curso, por ano, por classe?

O DEDO ANELAR

É o dedo da aliança (noivado ou casamento), o dedo do compromisso, da promessa de troca de benefícios. Indica a necessidade de se responder a pergunta – Como? ou Com que? Estabelece a necessidade de comprometimento, de doação, de entrega, de dedicação de alguma coisa em troca de outra. É o pagamento necessário para se conseguir o objetivo. No exemplo, aumentar o vocabulário mediante apresentação diária de palavras novas, que sejam interessantes para o aluno; fornecer merenda gostosa e nutritiva; desenvolver atividades agradáveis aos alunos.

O DEDO MÍNIMO

É quem determina o prazo, o tempo mínimo. Nenhum objetivo pode ser eterno, mas uma submeta a ser atingida num tempo determinado. É o fator de medida de tempo.

No exemplo: Aumentar o vocabulário dos alunos de 600 para 1000 palavras em 40 aulas; diminuir as ausências de 25%, para 10% das aulas, no ano letivo de l997; manter, até o final do ano, 95% dos alunos matriculados.

“É a partir da colocação, por escrito, dos objetivos de um curso (ou de uma unidade) que se torna mais provável a existência de uma coerência destes com estratégias e avaliações.” (p.28)[1]

As vantagens em redigir objetivos

No trabalho de explicitar as fases, dentro das disponibilidades, no tempo e no espaço, o professor pode descobrir caminhos diferentes para atingir a mesma meta; pode desenvolver estratégias para superar dificuldades previsíveis. Estabelece as ações e projeta resultados, facilitando a avaliação, propiciando adaptações. Permite flexibilidades que facilitam mudanças de curso quando necessário.

Do ponto de vista da instituição, e do objetivo maior, permite a interdisciplinaridade, a conjugação de esforços, acompanhamento e sintonia.

As dificuldades na redação dos objetivos

É um trabalho administrativo, uma ferramenta gerencial, menos afeto ao profissional didático que até então não tinha esse tipo de preocupação. Exige desenvolvimento de habilidades específicas.

Incorre ainda numa indesejada exposição do professor, tanto junto aos alunos quanto a outros setores da escola (diretoria, coordenação, colegas, etc), na medida em que favorece a avaliação de desempenho.

Categorias de objetivos

Quanto a aquisição de conhecimentos: Informações de todo tipo para o repertório do estudante.

Quanto ao desenvolvimento de habilidades: Aprendizagem operacional, aprender a fazer, como fazer.

Quanto ao desenvolvimento de atitudes: Conscientização do porquê fazer, para que fazer. Consciência crítica.

Os objetivos podem estabelecer detalhes das categorias em cada módulo de trabalho, mas não conseguirão trabalhar categorias em separado pois a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo e emocional do estudante é um todo só.

Características do plano de objetivos

Possíveis quanto a realização e consecução das metas

Possíveis de serem operacionalizados

Pertinência ao curso e expectativas dos alunos

Pertinência aos objetivos da comunidade

Abrangência

  1. O objetivo maior é expressado a partir da filosofia da instituição, diante aos seus propósitos junto à comunidade, tanto externa quanto interna.
  2. O objetivo de cada curso específico dentro da instituição.
  3. O objetivo de cada disciplina dentro de um curso
  4. O objetivo de cada unidade dentro de uma disciplina

[1] ABREU, Maria Célia de e MASSETO, Marcos T.. “O professor universitário em aula: prática e princípios teóricos” 4a ed. , São Paulo, MG Ed. Associados, 1985

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