Palavras, só palavras.

A linguagem, seja coloquial ou escrita, deve levar em conta uma série de códigos culturais. A comunicação eficiente depende muito do equilíbrio da mensagem.

INFORMAÇÃO

Qualquer comunicação deverá estar informando um fato ou uma opinião que o outro (ou outros) não saiba. Na verdade. qualquer relato é um recorte de um fato e não o fato em si, assim como uma opinião é um recorte de uma idéia e não todos os valores envolvidos. Aqui servem as perguntas: o que, quando, como, por que?

O que aconteceu?

Quando aconteceu?

Como aconteceu?

Por que aconteceu?

Por que sempre no passado? Porque só se relata o passado, mesmo numa reportagem “ao vivo” só se fala do que já aconteceu.

SINCERIDADE

Sincero vem do grego, quer dizer “sem cera”. Os gregos diferenciavam uma estátua ou outro objeto de arte, entre sem cera e polido. No sem cera, se via a realidade do produto, enquanto o polido (com cera) poderia estar procurando encobrir algumas falhas. Falar com sinceridade é dizer as coisas com verdade, como elas São. Informações sem sinceridade podem cair no descrédito.

PERTINÊNCIA

A mensagem deve pertencer ao mundo dos sentidos de quem está ouvindo, ou recebendo o escrito, para causar impacto, ter importância. Dizer que as ações da XYZ SA caíram 5% na Bolsa de Tóquio, pode não representar nada para muitos. Dizer que o gato caiu do telhado pode causar enfarto na vovó. É importante saber dos valores do receptor da mensagem, verificar a pertinência. O resultado do jogo do Corinthians pode significar muito para uns e nada para outros.

AMIGÁVEL

Uma informação sincera e pertinente pode causar mal estar no ouvinte ou leitor, cabe ao escritor ou orador mostrar o seu lado amigável.

“Com esses resultados, o Corinthians foi eliminado da segunda fase do campeonato, … mas não caiu para a segunda diviSão e já começa a reformular o time para ser, de novo, campeão paulista.”

BENEFÍCIO

E eu com isso? O que eu ganho com essa informação? São perguntas que podem ser feitas pelo receptor da mensagem. “Que vantagem Maria leva?”.

Se você está perdendo seu tempo lendo isto aqui, deve estar perguntando qual benefício pode lhe trazer essa leitura. Lembre-se disso quando quiser que alguém ouça o que você quer dizer, ou valorizar o que você está escrevendo.

No caso deste jornal, imaginamos os benefícios que nossos leitores possam obter a partir de nossas informações sinceras e pertinentes, abordadas de uma forma amigável.

Não conseguimos impressionar muita gente, pois o público é muito diverso e cada um tem um mundo próprio, um conjunto de valores diferentes.

No caso do vestibular, o candidato deve pensar no professor que estará lendo sua redação.

EQUILíBRIO

Depois de escrita sua mensagem, você deve fazer um balanço dos cinco itens, pois a melhor mensagem deve  tender para o equilíbrio.

Excesso de informação pode parecer um relatório técnico sem nenhuma graça.

Sinceridade demais pode parecer grossura e falta de educação (a educação pressupõe um pouco de polimento).

Pertinência demais pode parecer invasão de privacidade, interferência no mundo do outro. Ninguém gosta de ser invadido.

Muito interesse em se mostrar amigo pode tender falsidade.

Querer mostrar benefício demais pode beirar a utopia, ou mesmo a mentira.

Um livro nunca é grosso, pode ser espesso. Grosso é quem não lê! (publicado na Folha da Mantiqueira, Piracaia-SP, 1997)

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