Esta é uma reclamação constante das pessoas que sofrem nos relacionamentos profissionais e mesmo nos relacionamentos familiares. Quanto mais se propõem a demonstrar suas ideias e opiniões, maior é o sofrimento com a falta de entendimento, ou até a oposição, dos outros.
A psicologia humanista, a partir de Carl Rogers (Abordagem Centrada na Pessoa) e Maslow (Hierarquia das Necessidades e Motivação), propõe um relacionamento terapêutico baseado na escuta empática e na aceitação incondicional. Procura um relacionamento autêntico para que o cliente desenvolva toda sua potencialidade de crescimento nesse ambiente acolhedor. Não se foca a terapia na fragilidade doentia, mas na perspectiva de atualização plena. Aos 73 anos, com larga vivência empresarial em funções executivas, de empresa familiar à multinacional, acredito que tenha facilidade para acolher os dramas dos executivos que pensam melhorar suas relações profissionais.
Por outro lado, nos relacionamentos familiares as questões acabam descambando para reclamações de cunho sexual; por isso, depois de trinta anos de prática, fui fazer dois anos de estudo teórico acadêmico (Unicamp – Sexualidade Humana). Isso me habilita a conversar sobre o assunto.
Acredito que possa entender você. Veja meu currículo:
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8621373155847763
Nada substitui a experiência
A experiência é para mim a autoridade suprema. (p.35) […] Sinto-me satisfeito pela descoberta da ordem pela experiência. […] A investigação é um esforço persistente e disciplinado para conferir um sentido e uma ordenação aos fenômenos da experiência subjetiva. (p.36) (Carl Rogers – Tornar-se Pessoa)
Lembro-me ainda, no último ano de faculdade (1994), das discussões sobre o direcionamento profissional e as especializações necessárias para o enfrentamento do mundo do trabalho. Naquela altura dos acontecimentos, eu já tinha 45 anos de idade e 30 de experiência de trabalho, um pouco diferente dos colegas mais novos que pouco ou nada tinham de experiência no mundo real. Mesmo alguns professores, de minha opção por Psicologia Organizacional, tinham menos conhecimento que eu na atividade empresarial. Podiam ter lido mais livros, mas eu tinha vivido mais experiências reais no mundo do trabalho. Já era empresário no mundo do treinamento profissional em vendas, marketing e administração.
Recebi o diploma de psicólogo, mas continuei dando treinamento. Somente a partir de 1988, quando prestei um concurso e entrei na Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, como psicólogo hospitalar (coisa que nunca havia estudado), é que retomei meus estudos de psicologia e resolvi fazer carreira acadêmica.
Eu não tinha experiência “acadêmica”. Ao pleitear um mestrado em didática, fui inquirido por um acadêmico que disse não poder aceitar minha inscrição por falta de experiência “acadêmica”. Procurei entender os valores daquela instituição: Eu tinha 20 anos de experiência em treinamento de pessoas, em ensino de práticas administrativas, vendas e marketing; dava aulas para executivos com formação superior, mas nada disso valia, para a academia, mais do que um semestre como monitor em alguma matéria. Conclui que os “acadêmicos” não tinham experimentado a realidade do campo de trabalho no mundo real.
Insistente, teimoso, acabei por fazer uma “especialização” em Didática no Ensino Superior (USF 1998) e outra em Didática no Ensino Superior em Saúde (Unifesp 2001). A partir de necessidades do serviço de saúde, na área de DST/Aids, acabei por fazer uma especialização em Sexualidade Humana (Unicamp 2002). Seguindo os estudos na área de saúde, desenvolvi o mestrado na área de ensino médico (Unifesp 2004) e doutorado em Saúde Coletiva (Unifesp 2012).
Durante esse tempo todo (1998-2012) os estudos acadêmicos estiveram beirando a prática profissional na área da saúde. Aprendendo e experimentando, vivendo e pesquisando, colocando ordem na experiência, ou, como disse Rogers: “a descoberta da ordem pela experiência.”
Hoje posso contabilizar algumas experiências e especialidades, vivências e saberes, estudos e práticas, num “capital pessoal”, acho que suficiente, para atender alguns clientes: Foram 25 anos de atividade empresarial e uma especialização em Psicologia Organizacional; foram 18 anos de atividade em saúde e duas especializações, mestrado e doutorado; São 73 anos de vida e 50 de estudos.
Acho que tenho experiência suficiente para ouvir você e entender alguma coisa.