Se tiver alguma ideia na cabeça, escreva. Se for medíocre, não fará mal a ninguém, se for bom poderá fazer bem a alguém. Se for muito ruim, alguém se levantará para mostrar o lado correto da questão, e assim sua iniciativa terá sido válida.
(texto atribuído a Santo Agostinho)
A rigor tudo que deveria ser ensinado nas escolas seria: ler e escrever, o restante poderia ser feito pelo próprio indivíduo, pois quase tudo e até muito mais do que se imagina, já foi escrito. Só que na realidade não se aprende a ler; escrever então, muito menos. Basta uma pergunta a você, caro e raro leitor que está lendo – quantas pessoas você conhece capaz de ler e discutir, com alguma propriedade, as matérias que escrevemos? Você conseguiria reunir um grupo de pessoas desse tipo? Não se espante, é difícil mesmo. E não estamos falando de analfabetos, nem de nível básico, nem mesmo de secundário, atrevemos apontar até mesmo os formados em terceiro grau, o chamado nível superior.
Conhecemos a realidade de empresas multinacionais que são obrigadas a promover reuniões para explicar o conteúdo de uma circular, isto se quiserem que o assunto seja entendido. É costumeiro um gerente, ao receber e ler uma comunicação interna, ligar para um colega e procurar confirmar se era aquilo mesmo que havia entendido. Só que não liga dizendo: Olha colega, eu não entendi o que se quis dizer, você pode tentar explicar para mim? Mas num tom de arrogância, como bem serve ao executivo incompetente, liga dizendo que é incrível o que querem que seja feito, imaginem só! E espera que o outro dê algumas dicas para ver se melhora o entendimento. Em repartições públicas de forma geral, é um pouco pior, vez que já nem se procura ler, se espera que um supervisor venha cobrar os resultados, aí se faz aquela cara de desentendido e diz que nem sabia da instrução.
Poder-se-ia dizer: de duas uma, ou quem escreve, explica mal; ou quem lê, entende mal. Mais próprio seria dizer que os dois são verdadeiros. Chega-se ao ponto de pensar que o melhor é não perder tempo com tanto trabalho em escrever, afinal tão poucos vão ler, e só alguns vão entender.
Jesus dizia a parábola do semeador que saindo semear, algumas sementes caíram à beira da estrada e foram pisoteadas, outras entre as pedras e não puderam crescer, outras entre os espinhos e foram sufocadas, mas algumas caíram em terra fértil e produziram 60 por um e até 100 por 1.
Nossas mensagens podem merecer ou sofrer diversos destinos. Esperamos que algumas delas encontrem abrigo em mentes férteis o suficiente para, pelo menos, nascerem.
Florir e reproduzir já é pedir demais