Holismo

a busca do equilíbrio para conquista da saúde integral

Pelo que se tem notícia através da mitologia grega, a medicina era uma atividade holística, isto é, eram considerados todos os aspectos que envolviam o doente e não apenas a doença.

A propósito, esse mesmo termo considerar era parte de uma das ferramentas utilizadas naquela época, pois considerar é, nada mais nada menos que, conferir com os astros, com o sideral.

Ao diagnosticar um doente, e nunca uma doença, o médico buscava entender tudo que envolvia a situação, desde o lugar em que morava, a água que bebia, o ar que respirava, os alimentos que comia, os serviços que fazia, os prazeres que gostava, enfim tudo que estivesse envolvido com procedimentos, usos e costumes do doente.

A mitologia grega relata duas deusas, Hygeia (donde vem o termo higiene, saúde), personificava a sabedoria, dizia que as pessoas seriam saudáveis se vivessem sabiamente, isto é, cultivando hábitos de higiene, tanto física quanto mental. Outra deusa era Panakeia (panacéia, remédio) que buscava na natureza as plantas e minerais para curar os doentes. Consta que as duas deusas eram filhas do deus Asclépio cujo símbolo era a serpente, até hoje usado como símbolo médico.

A saúde, de acordo com os escritos hipocráticos (Hipócrates, 400 a.C.), requer um estado de equilíbrio entre influências ambientais, modos de vida e os vários componentes da natureza humana. Esses componentes são descritos em termos de “humores” e “paixões”, que têm de estar em equilíbrio. A doutrina hipocrática dos humores pode ser reenunciada em termos de equilíbrio químico e hormonal, referindo-se a importância das paixões e interdependência da mente e do corpo, fortemente enfatizada nos textos. Hipócrates era não só um observador perspicaz dos sintomas físicos, mas também deixou excelentes descrições de muitas perturbações mentais que ainda ocorrem em nosso tempo. (Fritjof Capra, em O Ponto de Mutação)

No século XVII, quando o domínio das religiões cristãs sobre os povos de origens diversas criou uma crise de poder pelo confronto das autoridades, os médicos, parteiras e alquimistas (farmacêuticos) começaram a ser ameaçados pela inquisição que facilmente os condenava por bruxarias. Foi quando Descartes achou um jeito muito interessante de resolver a questão de autoridade entre padres e médicos, separando o homem em corpo e alma; o corpo seria cuidado pela ciência e a alma pela Igreja.

Essa dicotomia foi muito boa para o desenvolvimento dos estudos científicos de anatomia e fisiologia, pois liberou o corpo animal para estudos cadavéricos e algumas experimentações em vivos, o que propiciou muita evolução. Por outro lado, muitos médicos esqueceram que o homem também era alma, independentemente aos cuidados religiosos entregues Igreja. Só no final do século IXX e início do século XX que a psicologia começa ocupar algum espaço e propor alguma mudança de rumos na área de saúde, não só a saúde mental, mas a saúde integral.

Hoje, cresce a cada dia o movimento dos profissionais da saúde, notadamente médicos e psicólogos, além de outros, no esforço de uma atividade multidisciplinar na atenção e prevenção da saúde do cidadão, ao invés de deixar para correr atrás da doença.

A ciência ocidental começa a se utilizar do milenar conhecimento oriental.

yin

terra

lua

noite

inverno

umidade

interior

yang

céu

sol

dia

verão

secura

superfície

 

Rossi, P.S. Holismo, o que é isso? A busca do equilíbrio para conquista da saúde integral. Folha da Mantiqueira, Piracaia, 14 set 1997, p.6

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