Antes da história, isso quer dizer antes da escrita, tudo era transmitido somente pela comunicação oral. Mesmo depois de a escrita ser desenvolvida por alguns povos, poucos dominaram a arte. A escrita era restrita a palácios e conventos. Com a invenção da tipografia móvel, por Gutemberg no século XV, por volta de 1440, é que o livro teve a possibilidade de se multiplicar mais facilmente. Antes disso, os livros eram feitos a mão, por copistas, tal como mostrado em “O nome da rosa” de Umberto Eco. Mesmo depois do desenvolvimento da imprensa, com a circulação de jornais, a capacidade de leitura e de entendimento da escrita continuou restrita a poucos. Até hoje a comunicação oral é preponderante, seja pelo rádio ou pela televisão. Mesmo agora com a popularização dos meios digitais o som e a imagem são mais impactantes que os textos.
Nas relações sociais, sejam nos encontros de grupos, nas atividades acadêmicas ou empresariais, a fala continua tendo valor inestimável na valorização das pessoas. É pela fala, ou pela falta dela, que se julgam as pessoas. Falar melhor também se aprende, apesar de exigir um esforço coordenado entre técnicas e saberes diversos. Nem só de técnica se faz um orador, mas um sábio sem a técnica de oratória não consegue transmitir o que sabe.
Lembro de Ziraldo dizendo: “Uma imagem vale mais que mil palavras, mas como dizer isso sem usar uma palavra?” A comunicação de uma realidade, de um fato destacado, é um texto produzido a partir de uma observação. A fala sobre um fato demanda o domínio da linguagem sobre o contexto em que tal fato se produziu. A realidade como um todo não existe, pois a composição de uma situação dentro de um contexto demanda a produção de diversos textos que se complementam.
Contar uma coisa ao um público demanda considerar o conhecimento daquele público sobre tal assunto. Se falo de minha tese de doutorado para meu colega de pescaria, não posso utilizar os mesmos termos que sou obrigado a utilizar na defesa da tese na banca examinadora.
Falar em público exige o conhecimento de si (psicologia) e do conhecimento do outro (sociologia). considerar