Já faz algum tempo, li um texto atribuído a Santo Agostinho, que dizia mais ou menos o seguinte:
“Se tens algo a escrever, escreva. Se for bom, irá beneficiar muita gente; se for medíocre, não fará mal nem bem a ninguém; mas, se for muito ruim, vai provocar uma indignação em alguém, que fará um texto melhor.”
Desde então tenho escrito o que me vem à cabeça. Alguns textos são pretenciosos resumos da sabedoria alheia, outros ousados ímpetos de produção pessoal.
Na verdade, a produção do texto não é mais importante do que a ação que ele possa despertar a partir da interpretação de quem lê. Se nada acontecer, o texto terá sido medíocre, inócuo.
Se o leitor rir, ou chorar, ou mesmo só pensar no assunto, o texto terá conseguido atingir alguma coisa. É como uma semente, depende da terra onde é plantada.
O importante, para o leitor, é sempre saber que todo texto reflete o ponto de vista de quem escreveu, nunca pode ser dado como verdade absoluta. Sempre é uma produção individual, uma visão parcial do escritor sobre o tema em questão.
Publicado no Regional News 1668 em 2/9/2023