Desde a minha formação em psicologia, em 1994, comecei a disponibilizar os meus textos na internet. Ao dar aulas ou treinamentos em empresas, ao invés de fornecer cópias, indicava o endereço do site, para quem se interessasse pelo texto completo.
Eram textos publicados em jornal, resumo ou esquema de aulas de psicologia, até antigas histórias de vendas.
Quando terminei meu mestrado na Universidade Federal de São Paulo, escrevendo sobre o aprendizado da comunicação na formação em medicina, pensei em fazer uma revisão dos meus textos publicados para adequação ao estilo acadêmico. Achava, eu, que muitos textos não teriam mais a minha cara, não faziam sentido para quem estava preparando um doutorado.
Já havia feito uma seleção previa dos textos a serem revisados outros a serem extintos, quando um aluno me abordou no corredor da faculdade dizendo:
– Professor, li aquele texto sobre falar sozinho, foi muito esclarecedor para mim.
Era um dos textos que estavam na lista do lixo.
Percebi que alguns dos meus textos, agora no meu estágio de desenvolvimento acadêmico, não me cabem mais, pois mudei meu olhar sobre o mundo, mudei de opinião diversas vezes, mas há quem ainda possa se servir deles, achar tão interessante quanto eu pensava ser quando os escrevi.
Particularmente, ainda tenho um carinho especial pelo meu primeiro texto publicado: “O gosto da manga.”