Podemos afirmar, portanto, com alguma segurança, que uma relação caracterizada por um elevado grau de congruência ou de autenticidade do terapeuta, por uma empatia sensível e precisa por parte do terapeuta, por um elevado grau de aceitação, de respeito, de estima em relação ao cliente, e pela ausência de condições limitativas dessa aceitação revela uma elevada probabilidade de e tomar uma relação terapêutica eficaz. (Rogers, A observação dos fatos: o papel da investigação em psicoterapia Tornar-se pessoa, p.306)
Poderia eu então afirmar, com alguma segurança, que uma relação caracterizada por um elevado grau de congruência ou de autenticidade do pesquisador, por uma empatia sensível e precisa por parte do pesquisador, por um elevado grau de aceitação, de respeito, de estima em relação ao autor, e pela ausência de condições limitativas dessa aceitação revela uma elevada probabilidade de tornar uma relação eficaz.
Não vou aqui dar uma aula sobre congruência, empatia e aceitação, todos vocês já devem ter estudado isso nos seus cursos de psicologia e nas suas leituras pessoais nesta Abordagem Centrada na Pessoa. Mas, já que todos têm disso certa base e a maioria sofre com a necessidade de fazer uma pesquisa para um trabalho de conclusão de curso, seja na formação, seja na pós-graduação, vamos tentar ver como relacionar uma coisa e outra.
Aceitação
Vou começar pela Aceitação Incondicional, quanto Rogers fala de respeito e de estima do terapeuta pela pessoa; eu quero tratar como pessoa o autor. Não é um personagem de outro mundo, não é um santo, não é um bandido, não é o dono da verdade, não é nada rotulado, é simplesmente uma pessoa que tem o direito de pensar e falar como ela pensa e fala. Vou deixar que o autor (ou autores) fale tudo que tem a dizer sobre o assunto que propôs. Não me cabe fazer juízo de valores, aprovar ou desabonar, mas somente relatar no meu trabalho o meu recorte sobre o trabalho lido.
É importante destacar que eu faço um recorte da leitura do texto que pode não ter nada a ver com o texto que eu estou escrevendo.
O texto que publiquei em 2006, referente ao meu mestrado terminado em 2004, estava (até o mês passado) com 54 citações, segundo o Scielo. Tive a curiosidade de pesquisar como os outros estavam utilizando o meu nome. Recortei de cada um o texto onde eu era citado e confesso: metade nada tinha a ver com o meu texto. Alguns citaram meu texto na parte que eu fazia referências a outra fonte, quando poderiam citar a fonte original. Eu não recomendaria meu texto em muitos trabalhos que o citaram. Ou seja, fizeram recortes do meu trabalho que não são pertinentes e em nada ajudam o leitor, nem a qualidade da pesquisa. Só serviram para aumentar a lista de referências e citações. Coisas da academia.
Uma citação, uma referência, sempre é um recorte pessoal sobre o texto total que o autor escreveu. É meu recorte do texto. Qualquer juízo de valores que eu atribuir ao texto, é meu juízo de valores e não do autor do texto.
O autor, tratado como pessoa, com as considerações que a Abordagem Centrada na Pessoa recomenda, merece todo respeito e aceitação naquilo que escreve. Não é que seja certo ou errado, é a opinião dele, ou o olhar dele sobre algo que descreve. Devo aceitar o autor como aceito a pessoa que me procura para a terapia, sem preconceitos, sem prejulgamentos. Devo dar à pessoa toda liberdade de expressão.
Empatia
Empatia é a tentativa de entender o olhar do outro sobre um determinado objeto. Eu estou aqui no mesmo momento e no mesmo local de todos vocês, mas é difícil eu ver esta situação com o mesmo olhar com o qual vocês, os outros, estão vendo. Seu eu quiser me aproximar do seu entendimento sobre este momento eu terei que me esforçar para tentar ver da mesma forma que vocês estão vendo, e isso não é fácil. Falar deste evento em que estamos já é difícil, imaginem então o esforço empático para entender o autor, em outro momento, em outro lugar, em outras condições bem diferentes.
Eu devo fazer um esforço empático para tentar entender como e porque o autor vê aquilo daquele jeito.
Congruência ou Autenticidade
Uma publicação, seja um capítulo de livro ou um artigo de revista, por melhor que seja, é apenas mais uma informação na minha vida. Eu devo ter a firmeza, a personalidade, a convicção, suficientes para me relacionar com essas novidades, ou antiguidades, e reagir da mesma forma como em outras situações. Não é porque estou lendo Rogers que vou dizer “Santo Rogers”, meu ídolo, meu guia. Rogers me ofereceu a visão dele sobre determinados assuntos, mas não obrigou a me modificar para aceitar o que ele pensa da vida.
O autor me dá informações, que podem ou não servir para o meu trabalho.
Diretividade
Esse termo já provocou muitas discussões no nosso meio. Mas para fazer uma boa pesquisa é necessário ser bem específico.
Problema
Referencial teórico
Pergunta
Objetivo geral
Objetivos específicos
Revisão de literatura à Relatos encontrados
Considerações pessoais